O suspeito de matar um homem de 46 anos a tiros na região central de Campinas foi preso pela Polícia Militar (PM) na noite de terça-feira (7), cerca de 12 horas após o crime, quando ele tentava embarcar em um ônibus com destino a São Paulo. Denis Santana Barbosa, de 31 anos, confessou o homicídio e se apresentou como “justiceiro”. Segundo ele, a vítima, que ainda não foi identificada, teria matado várias pessoas.
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A Polícia Civil investiga o caso e busca identificar o homem assassinado, que era conhecido na região em que foi executado pelo apelido de “Índio”. De acordo com a polícia, Barbosa apresentava sinais de desequilíbrio mental e os agentes acreditam que o crime tenha sido aleatório.
O acusado foi preso por uma equipe de Força Tática do 8º Batalhão de Policiamento Militar do Interior-2 (BPM/I), que recebeu informações de que o suspeito estaria no Terminal Multimodal Ramos de Azevedo. Os agentes passaram o dia trocando informações e imagens do suspeito, que havia fugido no sentido Avenida Andrade Neves. A equipe seguiu em patrulhamento até ser informada de que o suposto autor estaria na rodoviária.
Os policiais rumaram até a plataforma indicada e o ônibus foi parado. O suspeito usava o mesmo boné que estava em sua cabeça na hora do crime e tem tatuagens por todo o corpo. Na bagagem que carregava, os agentes encontraram uma faca, um celular e o documento dele. Embrulhadas em uma touca deixada na poltrona da plataforma em que estava o ônibus estavam 10 munições calibre 38, intactas.
O delegado Rui Pegolo, titular da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que esteve no local da execução pela manhã, acompanhou a prisão do suspeito, que foi encaminhado para o 1º Distrito Policial (DP).
Pegolo informou que Barbosa não tinha registro de passagem criminal, mas ele havia confessado ter tentado assassinar uma pessoa em Itaquaquecetuba, na quinta-feira passada (2), com a mesma arma que usou para matar “Índio”.
“Ele já morou em Campinas no passado e confessou o crime espontaneamente. A arma não foi achada. Ele se intitulou como “justiceiro” e deve ter afeição pelo personagem Coringa (devido às tatuagens dele em seu corpo). Narrou que foram as ‘cartas’ que o obrigaram a matar a vítima e também a atacar a vítima da semana passada”, disse o delegado. “Por ora, a gente segue tentando identificar a vítima”, acrescentou.
Barbosa ainda teria dito que as duas vítimas eram bandidos. O suspeito é nômade e vive em pensões de grandes cidades, acrescentou o delegado Pegolo. A reportagem apurou que no caso de Itaquaquecetuba, o suspeito estava em uma pensão e discutiu com um dos hóspedes, acusando-o de ter furtado seus pertences. Ele teria usado um revólver calibre 38, desferido três tiros contra a vítima para se defender. O crime foi dentro da pensão. Após os disparos, ele fugiu para Campinas e ficou dormindo em pensões na região central da cidade.
Até a tarde de quarta-feira (8), “Índio” ainda não havia sido identificado. Ele foi alvejado com quatro disparos na região do tórax e um em uma das panturrilhas.
A execução aconteceu por volta das 7h, em frente ao Ceprocamp. A vítima, segundo testemunhas, estava sentada em frente à porta do barracão onde trabalhava em uma obra de reforma. A câmera de segurança de uma loja registrou o momento em que Barbosa, desorientado, caminhou pela via até chegar próximo a “Índio” e realizou os disparos. A vítima até tentou correr, mas caiu morta no local.
No dia 7 de novembro do ano passado, uma mulher de 53 anos foi esfaqueada enquanto caminhava com a filha na região central de Campinas. O autor do crime foi preso na sequência por policiais militares. O caso aconteceu próximo à base da polícia e o homem alegou, na época, que se tratava de um protesto. A vítima morreu 18 dias depois.
Também no 2º semestre de 2022, um suspeito foi preso pela Guarda Municipal por atacar passageiros de coletivos. Também não havia uma motivação específica para as agressões.