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Com distanciamento social, tecnologia auxilia famílias a lidar com a saudade

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Matheus Martins dos Santos/Arquivo Pessoal

A pandemia de Covid-19 trouxe muitos reflexos na vida da população, o distanciamento social afetou a relação entre os familiares. A disseminação do vírus tornou se um medo e um sinal de cuidado dentro das famílias.
Esse é o caso da família de Fabiana Souza, que se tornou avó no dia 21 de setembro após o nascimento da neta, Maria Júlia. Por conta da quarentena, os avós viram a pequena pouquíssimas vezes.

Fabiana conta que as medidas de cuidado e atenção começaram ainda com a gestação de Paula Eduarda Souza, a mãe de Maria Júlia: “Eu comprava as coisas do mercado e levava na casa dela. No começo, ela não acreditava muito, ela achava que não pegava tão fácil, mas depois dos três meses ela viu que o negócio começou a ficar mais sério”.

Sobre o parto, Fabiana cita o isolamento que foi necessário durante o procedimento: “Quando ela foi pra internar eu fiquei muito desesperada, porque eu sabia que depois da entrada dela no hospital eu já não ia ter mais contato nenhum com ela, nenhum mesmo; e também, no hospital, ninguém podia ficar com ela, ela ficou sozinha”.

“Nas primeiras horas [após o parto] ela já me chamou no vídeo, pra ver a Maria Júlia, foi uma choradeira”.

A tecnologia se tornou uma aliada da família durante o período de distanciamento. Através de vídeochamada, Fabiana pode ver diariamente [mesmo que a distância] a neta: “Acho que de tanto falar durante a gravidez com a Paula ela [Maria Júlia] reconhece a minha voz, ela pode estar chorando, se eu falar com ela, por vídeo, ela para, e aí ela procura, ela olha pra cima”.

O recurso da vídeochamada tornou-se um remédio para lidar com a saudade: “O que está nos salvando realmente é a tecnologia”.
Fabiana e o marido viram a neta pessoalmente poucas vezes, a primeira, foi durante um susto: a pequena havia se engasgado com leite e os avós correram para ajudar a mãe de primeira viagem.

“Se não tivesse essa tecnologia, eu acho que as pessoas ficariam doentes […] esse negócio do sentir, do cheirar, do abraçar, é diferente… pior ainda se não tivesse a videochamada, nossa, eu acho que eu estaria doente do coração” – avalia Fabiana.

“Eu acho que a gente estaria numa tristeza muito grande, numa ansiedade muito grande, e isso faz mal para a saúde”. Fabiana conta ainda que é através da chamada de vídeo que consegue auxiliar a filha, que é mãe de primeira viagem, com os cuidados com Maria Júlia.

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