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Como manter o coronavírus longe dos alimentos?

Foto: Congerdesign / Pixabay

Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Alimentos (Food Research Center – FoRC) da USP (Universidade de São Paulo) escreveram um texto orientando à população sobre como evitar a contaminação do coronavírus nos alimentos.

O texto escrito pelos professores Bernadette Dora Gombossy de Melo Franco, Mariza Landgraf e Uelinton Pinto, especialistas em microbiologia dos alimentos, informa sobre medidas de higiene no preparo e consumo das comidas.

Comida preparada em casa

Limpeza das mãos e pulsos: A lavagem correta das mãos para o manuseio dos alimentos devem incluir sabão/sabonete, água em abundância. Além disso, uma atenção especial deve ser dada às regiões entre os dedos, pontas dos dedos, dorso das mãos, pulsos e antebraços. O texto também orienta que álcool em gel ajuda na desinfecção, não substitui a lavagem cuidadosa das mãos.

Limpeza da cozinha: Deve-se atentar ao tempo de persistência do vírus nas superfícies da cozinha. Enquanto alguns estudiosos defendem que o Covid-19 permanece por 24h em papelão e 3 dias em plásticos, outros defendem que a permanência pode durar até 9 dias. Utilizando-se de álcool etílico entre 62-71%, água oxigenada 0,5% ou hipoclorito de sódio 0,1%, o vírus é inativado com apenas 1 minuto de contato.

Para os procedimentos de limpeza, indica-se que ancadas, pias, louças e demais utensílios devem estar sempre limpos e secos, sem resíduos de alimentos. Geladeiras, freezers, fornos, fogão e demais eletrodomésticos devem ser limpos e higienizados com regularidade, com água, sabão e sanitizantes ou água sanitária, bem como as paredes, chão e também tetos. 

Limpeza dos Alimentos: Para a higienização de vegetais folhosos, recomenda-se remover as folhas externas ou danificadas, separar as folhas uma a uma, lavá-las com água tratada abundante, e deixá-las em imersão, por 15 minutos, em uma solução de água sanitária (uma colher de sopa diluída em um litro de água), e depois lavá-las com água tratada corrente novamente. Para vegetais não folhosos e frutas a orientação é a mesma. 

Cozimento e Fritura: Os processos de cocção feitos de maneira correta eliminam o coronavírus. Deve-se ficar atento em evitar uma re-contaminação após o aquecimento e também evitar o contato entre alimentos cozidos e crus. 

Refeições prontas fornecidas por entrega domiciliar

Uso de talheres: Deve-se sempre optar por consumir os alimentos com talheres, evitando-se o consumo com as mãos.

Encomendas: Optar por estabelecimentos de confiança e preferir por fazer a encomenda através do telefone ou aplicativos.

Embalagem: Embalagens de papelão devem ser as preferidas, pois o que se sabe até agora é que o coronavírus resiste durante menos tempo nelas. Além disso, deve-se lavar as mãos e aplicar um sanitizante antes de abrir a embalagem e não consumir o alimento caso a embalagem esteja violada.

Temperatura: verificar se a temperatura da refeição está correta. Alimentos quentes tem que chegar quentes nos domicílios e aqueles refrigerados também precisam chegar a temperaturas abaixo de 8°C.

Tempo de Entrega: Não aceitar alimentos com demora acima de uma hora na entrega, pois pode haver multiplicação dos microorganismos. Além disso, acertar um tempo de entrega com o fornecedor.

 Entregador: A orientação é de que se evite o contato direto com entregador, pois este pode ser um vetor do coronavírus.

Pagamento: Preferir pelo pagamento remoto, através de aplicativos. Isso evita o contato com dinheiro e máquinas de cartões que podem estar contaminadas pelo Covid-19.

Consumo: Consumir o alimento em no máximo 1 hora, o que evita a multiplicação dos microorganismos.

Sobras: Orienta-se que evitemos sobras dos alimentos, mas caso necessário, conservá-las refrigeradas por no máximo 24 horas.

Mantimentos entregues à domicílio

Encomendas: Optar por estabelecimentos de confiança e preferir por fazer a encomenda através do telefone ou aplicativos.

Alimentos perecíveis: Verificar se os alimentos continuam resfriados/congelados no momento da entrega; verificar se estão com gelo no interior da embalagem, a presença do gelo indica que o alimento descongelou e foi congelado novamente, o que pode comprometer a segurança e a qualidade.

Alimentos de alto risco: São aqueles ‘prontos para consumo’, apresentam maior risco pois não são submetidos à tratamentos que evitam ou descontaminam os alimentos.

Prazo de validade: Verificar cuidadosamente se os produtos adquiridos estão dentro do prazo de validade. Devolver ou descartar aqueles que estejam com o prazo de validade vencido.

Entregador: Evitar contato direto com o entregador; verificar se o mesmo encontra-se com roupas limpas e com a higiene pessoal em dia.

Quarentena: Segundo o texto, é errado manter os alimentos em ‘quarentena’, fora da cozinha, este procedimento pode provocar percas na qualidade e na segurança dos alimentos.

Fonte: Centro de Pesquisa em Alimentos – USP

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