Além de pôr vidas em risco, prática é crime previsto em lei municipal e pode render multa
Tempo de vento forte é também tempo de alerta para a GM (Guarda Municipal), força de segurança da Prefeitura. Nesta época do ano, é comum ver o céu de Hortolândia colorido pela presença de pipas, em diversas áreas verdes e de lazer da cidade, como os parques socioambientais Lago da Fé, nas imediações do Parque Gabriel, e Chico Mendes, no Remanso Campineiro. Porém, a brincadeira que tanto diverte crianças e jovens, durante o período das férias escolares do meio do ano, oferece riscos, se os cordões usados para empinar os papagaios contêm substâncias cortantes.
A mistura que origina o cerol, feita à base de cola e vidro moído, é capaz de cortar o fio de outra pipa no ar, mas também pode produzir graves lesões em ciclistas, motociclistas e pedestres que entrem em contato com ela, bem como nos próprios brincantes, durante a confecção da arraia. Foi o que aconteceu, neste final de semana, com duas crianças feridas nas mãos pelo cerol, ao confeccionarem papagaios. Elas tiveram que buscar atendimento médico na UPA-24h (Unidade de Pronto Atendimento) Jd. Amanda, segundo relato da GM, chamada pela acompanhar o caso.
Entre o domingo e a segunda-feira (24 e 25/07), a corporação apreendeu 38 carretilhas grandes com fios banhados em cerol. Além disso, graças ao serviço de inteligência da GM, foi possível coibir o uso da mistura cortante, durante um festival de pipas, marcado via redes sociais, que reuniu aproximadamente mil pessoas, no parque localizado entre o Jd. Novo Ângulo e o Jd. Nova América.
“A Guarda Municipal atua sempre para garantir a segurança da população hortolandense, especialmente nas ações preventivas, e ao realizar as operações para coibir o uso do cerol, vem encontrando o apoio e agradecimento de vários pais que temem pela segurança de seus filhos”, relata o subcomandante da Guarda Municipal, Edson Luís de Paiva.
Multas devem se tornar mais pesadas
Assim como nas ocorrências desta semana, dados da corporação mostram um aumento no número de casos, na cidade: em 2020, foram emitidas 22 multas; em 2021, foram feitas 11 autuações ao longo do ano e, em 2022, até julho, já houve 24 registros de uso de cerol. O uso da mistura é proibido no município e, atualmente, pode render multa aos praticantes e seus responsáveis, se flagrados por agentes da Guarda Municipal. É o que prevê o decreto 4.504, de 10/07/2020, que regulamentou a lei 1059, de 19/04/2002. A mesma lei proíbe a venda desses artigos. Mas a punição pode se tornar mais dura, em breve. É que a Administração Municipal pretende enviar projeto de lei ao Legislativo, de modo que o valor da multa, hoje afixado em reais, seja calculado em UFMHs (Unidades Fiscais do Município de Hortolândia), que varia ano a ano. O objetivo da medida é ter ferramentas mais potentes para proibir os casos, contribuindo para que a brincadeira ocorra de maneira lúdica, sem oferecer riscos aos participantes.
“O prefeito Zezé Gomes preza pela qualidade de vida da população, principalmente das nossas crianças e adolescentes, para que tenham opções de lazer nas praças e parques de nossa cidade. Entretanto, ressaltamos a importância de que todas as diversões sejam com segurança. Não é proibido soltar pipa, mas sim usar cerol ou outras linhas cortantes”, ressalta o secretário de Segurança, Joldemar Nunes Corrêa, o Dr. Jold.
Confira as recomendações para soltar pipa em segurança:
• Evite usar cerol ou outras misturas cortantes na linha da pipa;
• Procure um lugar seguro para brincar, longe da fiação da rede elétrica de alta tensão e mesmo dos canteiros centrais de avenidas, que oferecem risco de acidentes graves e atropelamentos;
• Ao soltar pipa, mantenha os pés firmes no chão, pois ao fazer isso em cima de muros, há risco de quedas geradas pelo vento forte e pela desatenção.