Foto: Govesp
O Governador João Doria anunciou nesta sexta-feira (25) o encerramento das atividades do Hospital de Campanha do Ibirapuera, com agradecimento a todos os profissionais de saúde que trabalharam na “linha de frente” do combate ao novo coronavírus. O serviço será encerrado no dia 30 de setembro, após 5 meses de funcionamento. Ao longo do período, o hospital atendeu 3.189 pacientes e obteve uma aprovação de 99% dos usuários.
“O declínio da pandemia em todo estado de São Paulo, mais acentuadamente na capital, permite que, neste momento, o Governo do Estado possa determinar o fechamento do Hospital de Campanha do Ibirapuera, após cinco meses de atividades contínuas. O Hospital de Campanha do Ibirapuera atendeu quase 3,2 mil pacientes e foi fundamental no enfrentamento da COVID-19”, afirmou Doria.
O último paciente do Hospital de Campanha do Ibirapuera terá alta neste sábado (26) e as equipes de saúde seguirão trabalhando na primeira etapa da desmobilização – o recolhimento dos materiais e insumos hospitalares que requerem manejo dos profissionais especializados. A partir do dia 30, a infraestrutura começa a ser retirada, com conclusão prevista para a primeira quinzena de outubro.
O encerramento das atividades está atrelado à redução nos índices da pandemia em todo Estado. As estatísticas de novas internações registram queda há nove semanas consecutivas. Além disso, na Grande São Paulo, as taxas de ocupação dos leitos de UTI e de enfermaria estão entre as menores do Plano São Paulo, sendo 45,3% e 39,3%, respectivamente.
O índice de satisfação dos pacientes foi medido nas principais frentes assistenciais, sempre com resultados satisfatórios. O atendimento médico teve nota de 99%; o de Enfermagem, 99,4%; as equipes multidisciplinares, com especialistas em Fisioterapia, Psicologia e Serviço Social, atingiram 99,2%. A qualidade do ambiente também foi bem avaliada: 97,5% aprovaram as acomodações, leitos e espaço físico, e 96,9% a limpeza e manutenção da unidade.
Os percentuais de aprovação foram obtidos em pesquisa espontânea com 434 formulários respondidos por vontade dos próprios pacientes, que preencheram folders deixados ao lado dos leitos. A margem de confiabilidade é superior a 95%, com aplicação da metodologia da Escala de Likert, comumente aplicada em pesquisas de opinião, com cinco opções de resposta para avaliar o grau de satisfação de cada tópico.
O Hospital de Campanha do Complexo Desportivo Constâncio Vaz Guimarães foi o primeiro implantado pelo Governo do Estado para cuidar exclusivamente de casos confirmados e suspeitos do novo coronavírus. Começou a funcionar no dia 1º de maio e, desde então, salvou 2.431 vidas após atendimento e alta hospitalar. Foram realizadas 725 transferências para outras unidades e 24 pessoas faleceram.
Pacientes de 106 cidades foram recebidos pelo serviço, especialmente das regiões da Grande São Paulo, Campinas e Piracicaba, para as quais o hospital de campanha foi estabelecido como referência com a finalidade de dar suporte à demanda local.
Os equipamentos instalados na unidade serão doados pelas empresas MChacon e Deca, parceiros do hospital, para entidades assistenciais e outras unidades de saúde, totalizando 268 colchões, 100 camas, 12 televisões, 74 vasos sanitários, 118 torneiras, 14 chuveiros, 62 cubas de porcelana, 53 pias e quatro tanques de aço inox.
Ações especiais para celebrar o trabalho desenvolvido na unidade serão realizadas neste sábado (26), com homenagem às equipes e aos pacientes.
“O Hospital de Campanha do Ibirapuera é o último que ainda estava em operação no estado de São Paulo. Todos, na capital e no estado, cumpriram bem a missão de salvar vidas Quero fazer um agradecimento especial aos médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares de enfermagem e todos os profissionais de Saúde que atuaram nos hospitais de campanha em São Paulo”, destacou Doria.
Balanços
O Hospital de Campanha do Ibirapuera iniciou as atividades em 1º de maio, com 268 leitos, incluindo 28 de Terapia Intensiva. Logo no primeiro dia, recebeu 18 pacientes, com um volume cada vez mais crescente à medida em que a pandemia do novo coronavírus evoluia. No dia 31 de maio, a unidade atingiu um total de 669 pacientes recebidos.
O pico da demanda ocorreu em junho, chegando a 1.492 pacientes. No dia 4 daquele mês, o hospital atingiu ocupação superior a 80%. A unidade fechou julho com 2.118 pacientes, em agosto chegou a 2.879 e alcançou o total de 3.188 até 24 de setembro. Hoje (25), nove pacientes estão no local.
A unidade contou com o trabalho de 800 profissionais, sendo mais de 200 médicos, cerca de 450 profissionais de Enfermagem, além de equipes de Fisioterapia, Farmácia, Assistência Social, Nutrição, Psicologia, Fonoaudiologia, apoio técnico e recepção.
O serviço foi montado com aparato tecnológico para garantir atendimento com qualidade e humanização, além da prevenção a contaminações. Wi-fi foi disponibilizado a todas as equipes, pacientes e familiares para contato contínuo, com videochamadas e WhatsApp para atualização de quadros clínicos. Atividades focadas no bem-estar, como biblioteca itinerante, desenhos para colorir e outras ações especiais fizeram parte da rotina da unidade.
O sistema de ar-condicionado instalado proporcionou climatização adequada e troca de ar constante, atendendo às normas sanitárias e de segurança. Com foco na sustentabilidade e na prevenção, o uso de papel foi extremamente reduzido com uso de sistema informatizado e prontuário eletrônico. Além disso, contou com máquina para compactação e desinfecção de lixo hospitalar que reduz resíduos em até 50% do peso e até 80% de volume, sem uso de produtos químicos e com baixo consumo de água e eletricidade.
Foram investidos R$ 12 milhões na obra e custeio de R$ 10 milhões mensais. A área total é de 7,5 mil metros quadrados e ocupou o gramado e parte da pista de atletismo do Complexo, com apoio da Secretaria de Estado de Esportes para uso do espaço.
*Com informações da Agência Brasil