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Ídolo dos anos 90, luta contra o câncer e contra os rodeios

Em um apartamento de 60 metros num condomínio de Guarulhos, em São Paulo, um dos principais ídolos sertanejos do Brasil, Sérgio Reis foi ao local visitar Waldemar Ruy dos Santos, o Asa Branca.

Para os amigos de longa data acostumados a se encontrar em hotéis de luxo e diante de arenas de shows com público de 100 000 pessoas, o cenário da vez foi bem diferente.

O maior locutor da história dos rodeios do país encontrava-se deitado, de pijama, com uma sonda na narina esquerda, há vinte dias, uma junta médica deu o diagnóstico desolador: o retorno de um tumor em pontos da garganta e na base na boca.

Levando em conta o histórico de saúde do paciente, que é portador do vírus HIV e tem oito válvulas na cabeça em decorrência de uma criptococose contraída em 2013.

Especialistas avaliaram que ele não aguentaria se submeter a sessões de quimioterapia nem muito menos a uma cirurgia. Passou então a ficar sob cuidados paliativos, quando não há mais esperança de cura e os tratamentos se destinam a minimizar as dores. “Vim aqui, meu amigo, me despedir de você”, disse Sérgio Reis ao colega.

Ele se encontra sedado com um coquetel de potentes analgésicos, que lhe são ministrados a cada quatro horas, Asa Branca, de 57 anos, enfrenta com coragem a situação e tem aproveitado o tempo para refletir sobre o passado.

No auge de sua carreira, ele faturava mais de 300 000 reais por mês em cachês e namorava famosas como a modelo Alexia Dechamps e a atriz Isadora Ribeiro.

Sua marca registrada era descer de helicóptero no meio das arenas lotadas. A queda veio no mesmo ritmo da ascensão alucinante. Esbanjou para valer com farras e drogas (“cheirava cocaína quase todo dia”) e ficou conhecido como o “Tim Maia dos rodeios”, .

Depois de faltar a muitos compromissos. Se pudesse voltar atrás, conta que teria evitado o vício no pó (“a ‘muierada’ e as baladas eu faria tudo de novo”) e a gastança desenfreada de dinheiro.

Seu maior arrependimento, no entanto, está relacionado à sua participação em espetáculos em que os animais eram maltratados.

Por ele e pelos outros peões, com incentivo dos organizadores dos shows. Ao fazer vistas grossas a isso em troca da fama, acredita Asa Branca, um castigo divino caiu sobre ele na forma da sucessão de problemas de saúde.

“Estou pagando toda a dor que causei e incentivei os outros a causar nos bichos dos rodeios”, diz, com a dicção bastante prejudicada pelos tumores, sem um pingo de vestígio da voz potente que lhe garantiu sucesso e fortuna nos anos 90.

Direto da Redação

TV Hortolândia



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