O corpo do jovem Fabrício Vieira, de 24 anos e que estava desaparecido após ter sido arrastado durante forte chuva na terça-feira (7), foi encontrado na manhã desta quarta-feira (8) em um córrego de Osasco. Além dele, outra pessoa desapareceu na Zona Leste de São Paulo.
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Segundo a reportagem apurou, o homem trabalhava na área de manutenção da Viação Osasco e, no momento da chuva, estava indo até a estação General Miguel Costa, da Linha 8 – Diamante, para ir ao trabalho.
A família acredita que ele não conseguiu chegar até a estação e, por tentar atravessar a enchente na região, acabou sendo arrastado pela força da correnteza.
Por volta das 6h30 desta quarta, moradores encontraram o corpo do jovem no córrego, o colocaram na calçada e acionaram uma equipe do Corpo de Bombeiros.
Na Zona Leste da capital, no Parque São Lucas, outra pessoa foi arrastada pelas águas e continua desaparecida desde a tarde de terça. Ainda não há informações sobre a identidade.
Estragos
A forte chuva que atingiu a cidade de São Paulo na tarde desta terça-feira (7) provocou diversos estragos, como o alagamento da obra onde foi encontrado um sítio arqueológico, na região central da capital paulista.
O trânsito bateu o recorde do ano às 17h30, com 431 km de congestionamento nas ruas da capital registrados pela Companhia de Engenharia e Tráfego (CET).
No final do ano passado, às vésperas do jogo entre Brasil e Croácia na Copa do Mundo, foram registrados 485 km de congestionamento, recorde em 2022.
Em três horas, choveu o previsto para 10 dias. A CET também suspendeu o rodízio de veículos nesta terça por causa da forte chuva.
Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas, às 16h, a região de Itaquera, na Zona Leste, era a única com alerta. Foi registrado um transbordamento do Rio Verde, na Rua Cunha Porã.
No bairro de Perdizes, na Zona Oeste, moradores das ruas Cayowaa, João Ramalho e Bartira registraram a grande quantidade de água acumulada. O Rio Pinheiros também ficou bem cheio, quase transbordando.
O clube de futebol São Paulo informou que as chuvas “provocaram inundações em partes da área social” do estádio do Morumbi, na Zona Sul, que foi parcialmente interditada.
“A diretoria avalia a extensão dos danos causados pelas inundações e já tomou as providências de início dos processos de recuperação e limpeza, para que a ordem possa ser restaurada de maneira mais rápida possível”, disse em nota.
Trens
Por causa da queda de uma árvore na região da Estação Jurubatuba da CPTM, a Linha 9-Esmeralda interrompeu a circulação dos trens por uma das vias entre as estações Jurubatuba e Autódromo.
Segundo a CPTM, por volta das 13h10, foram identificados pontos de alagamentos entre as estações Francisco Morato e Botujuru, na Linha 7-Rubi da CPTM, interrompendo a circulação dos trens no trecho.
No mesmo local, houve registro de um pequeno deslizamento de terra sobre a via. A equipe de manutenção aguarda as águas baixarem para a limpeza.
Com isso, a circulação de trens está sendo feita em dois loops: os trens do serviço 710 circulam entre as estações Rio Grande da Serra e Francisco Morato e entre as estações Botujuru e Jundiaí.
Para atender os passageiros no trecho interrompido, o sistema Paese foi acionado para atuar entre as estações Francisco Morato e Campo Limpo Paulista.
Metrô
A Linha 4-Amarela do Metrô não opera neste momento entre as estações São Paulo-Morumbi e Vila Sônia por causa de um alagamento neste trecho. O sistema Paese foi acionado para atender o trecho afetado.
À TV Globo, um morador contou que houve um rompimento de uma barragem na área do sítio arqueológico na obra do Metrô no Bixiga, por volta das 15h.
A equipe da concessionária Acciona, responsável pelas obras, tinha encontrado vestígios de antigos moradores da região, com dois séculos ou mais, entre as ruas Doutor Lourenço Granato e Manoel Dutra. No local está sendo construída a futura estação 14 Bis.
Quando esse tipo de material é encontrado, arqueólogos têm que acompanhar as obras, para garantir que nada seja danificado.
Em nota, a Linha Uni, concessionária da Linha 6-Laranja do Metrô, informou que, não houve dano às obras.
“As equipes já iniciaram as atividades de esgotamento de água e limpeza do canteiro para que os trabalhos sejam retomados. A região possui histórico de constantes alagamentos por conta das chuvas, pois se trata de uma zona baixa, sendo as obras da Linha 6-Laranja também afetadas pela situação”, afirmou a concessionária.