Médicos de Hortolândia podem entrar em greve por falta de pagamento

Foto: Darko Stojanovic

Funcionários da área da saúde de Hortolândia contratados pela Associação Metropolitana de Gestão (AMG), organização social (OS) que administra os serviços de saúde de urgência e emergência do município, estariam reivindicando atrasos nos pagamentos e indicando uma possível paralisação.

A AMG é a empresa responsável por administrar o Hospital Mário Covas, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e as três UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da cidade desde maio de 2020, quando a antiga administradora, o Instituto Bom Jesus (IBJ) também atrasou os pagamentos dos funcionários.

O Sinsaúde, sindicato da categoria, informou no final de abril que entrou com ação contra a AMG por descumprir obrigações trabalhistas. Segundo o sindicato, os funcionários estariam ainda com férias acumuladas há 2 e 3 anos, com desvio de função e sobrecarga de trabalho, entre outros itens.

O valor repassado mensalmente para a AMG pela Prefeitura é de mais de R$ 8 milhões. O contrato, que venceria no dia 25 de abril, foi prorrogado por mais 60 dias e, agora, a AMG deve continuar administrando as unidades pelo menos até o dia 24 de julho.

INVESTIGAÇÃO

O presidente da AMG foi preso no dia 20 de abril, quando a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Contágio. A empresa é investigada por supostos desvios de recursos públicos, usando empresas de fachada. Além disso, a investigação aponta que outras duas pessoas seriam os reais controladores da OS, pois o presidente é um médico-veterinário de 28 anos, recém-formado, que não teria capacidade técnica para gerir uma OS de contratos milionários.

Durante a ação, a AMG teve seus bens e valores bloqueados e o dinheiro em espécie encontrado na sede da empresa apreendido.

PREFEITURA 

A Prefeitura de Hortolândia informou por meio de nota que não é citada nos processos envolvendo a AMG e que, por isso, não iria se manifestar. Segundo a administração municipal, a gestão da OS é monitorada pela Secretaria de Saúde e os serviços prestados estão de acordo com os parâmetros do contrato. A Prefeitura informa ainda que os repasses estão sendo feitos de forma regular e garante que “não há risco de paralisação em função da falta de pagamento pela Administração Municipal”.

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