Brasileiro que estava na Itália desabafa: “apocalipse total”

O coronavírus vem sendo combatido diariamente pela população mundial, entretanto, em alguns lugares a situação já não é tão simples. A Itália é um dos países mais afetados pelo vírus. Ruas desertas, estabelecimentos fechados e quarentena total.

Sobretudo, nossa equipe entrevistou um jovem brasileiro de Indaiatuba-SP que se encontra no velho continente. Matheus Motta, modelo de 20 anos, estava abrigado em Veneza, cidade ao norte da Itália.

Percurso

Em virtude do trabalho, o modelo foi para o continente europeu no começo de Abril, em meio a crise do coronavírus. Matheus relatou algumas dificuldades para entrar no país.

– Duas colegas me buscaram no aeroporto. Devido ao fato da maioria dos aeroportos estarem fechados ou não fazendo voos com tanta frequência, tivemos que fazer uma longa jornada de carro, mais ou menos 8 horas de percurso. Fizemos uma única pausa para irmos ao banheiro, coisa de 20 minutinhos.

O jovem brasileiro do interior de São Paulo, nos contou que tiveram que mudar a trajetória final do percurso.

– Inicialmente iríamos para Milão, para a casa de uma destas minhas colegas. Devido à grande burocracia e também por questões de segurança optamos por ficarmos em Veneza, onde mora uma outra amiga.

Quando o perguntamos a respeito de como se sentia, Matheus não hesita:

– Ah você sente um medo meio que involuntário, você sente a magnitude do negócio quando se dá de frente com o problema, né? Tipo aqui está literalmente tudo, tudo fechado. Eles estão em ‘‘lockdown’’ (confinamento) total. Dá um pequeno desespero. Principalmente passando por muitos, muitos lugares e nada de pessoas, nada de carros e polícia na entrada de cada cidade.

Ele também consta um certo alívio quando o assunto é governo:

– Então pelo o que eu tenho visto, é meio que unanimidade o “lockdown”. Estão todos de acordo no momento, diferente do Brasil que está dividido, politicamente falando. O grande problema ocorreu porquê no início ninguém levou a sério.

Alimentação

Quando perguntado a respeito da alimentação, como tem sido a postura dos restaurantes e supermercados. Matheus faz algumas ressalvas, entretanto, alega um bom comportamento geral.

– O nível de cuidado não é só com si mesmo, mas também com o próximo. Aqui está demais, sério. Uma das poucas vezes que saímos foi para ir ao mercado e entram apenas 10 pessoa por vez. E na fila ao lado de fora o pessoal se respeita, ficam em uma distância de 2 metros(mais ou menos), sem ninguém ter que ficar mandando, sabe? Certamente, uma atitude louvável(risos). 

– E dentro do mercado, no final de cada corredor tinha uma pessoa que trabalhava no mercado observando se alguém pegava algum produto e devolvia na prateleira. E consequentemente, este funcionário do mercado ia e retirava o produto.

– A princípio, o que eu pude perceber mesmo foi no mercado. Os caixas a maioria tudo eletrônico. Eles diminuíram o número de atendes que tem contato direto com o consumidor. Como disse a maioria das pessoas que estavam em trabalho estavam no final de corredores observando. Os caixas só dois com atendentes e o resto instalaram mais caixas com serviço automático em que o consumidor faz tudo sozinho. Passa os produtos e os paga. Uma ética elogiável.

Comércio

Matheus também respondeu que alguns estabelecimentos de menor porte passam por um momento difícil, mas que o governo já traçou um plano para reduzir o dano a estes comércios.

– Cara, Verona é uma cidade menor que as demais. Conseguimos pedir vinho por delivery pois uma adega estava aberta, mas infelizmente a maioria dos comércios pequenos restaurantes e lanchonetes fecharam. O McDonald’s está aberto só que a espera no dia estava gigante.

– Quando conversei com minha amiga, ela falou que a Itália faz parte da União Européia, então um plano será elaborado para evitar um balanço tremendo. Contudo, é difícil dizer com clareza o que será feito. No entanto é certo que eles (microempreendedores) não ficarão desamparados.

Foto: Gabriel Machado/@matheusmotta

Luz no fim do túnel.

O rapaz possui parentes na Inglaterra, mais precisamente em Londres. E por esta razão, Matheus conseguiu migrar para perto de seus familiares, e claro, respeitando os 14 dias de isolamento total. Matheus embarcou na terça-feira, 14/04, sentido o Heathrow Airport, um dos aeroportos mais conhecidos da capital inglesa.

Direto da Redação

Gabriel Machado

TV HORTOLÂNDIA

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