As construções recentes de casas populares em Campinas, São Paulo, têm gerado discussões e preocupações nas redes sociais. Um exemplo é o projeto Residencial Mandela, localizado no distrito do Ouro Verde, que pretende entregar 116 moradias com apenas 15m² de área útil, contrariando as diretrizes da ONU para habitação adequada.
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As diretrizes da ONU para habitação adequada estabelecem critérios para definir uma moradia como adequada. Segundo a organização, até três pessoas devem compartilhar um quarto habitável com uma área mínima de 9m², além de terem acesso a espaços como cozinha e banheiro. No entanto, as casas do Residencial Mandela não seguem essas orientações e apresentam um tamanho muito abaixo do recomendável.
As moradias construídas no Residencial Mandela possuem apenas 15m², consistindo em um único cômodo e um banheiro. Essa área é menor do que a metade do tamanho das casas do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. Essas unidades habitacionais serão destinadas a cerca de 450 pessoas que atualmente vivem em áreas de risco e ocupações, com um custo total de R$ 6 milhões.
Viver em um espaço tão pequeno pode comprometer a saúde e o bem-estar dos futuros moradores do Residencial Mandela. Especialistas em arquitetura afirmam que as casas de 15m² são adequadas para apenas uma pessoa, contrariando o que estabelece a ONU Habitat. Além disso, as casas não permitem que duas pessoas deitem lado a lado, o que prejudica a qualidade de vida dos habitantes.
As unidades habitacionais do Residencial Mandela abrigarão, em média, 3,8 pessoas, chegando a ter famílias com até sete integrantes. Essa superlotação pode agravar a situação de vulnerabilidade social das famílias e contribuir para o aumento de conflitos e problemas de convivência.
Arquitetos e urbanistas têm criticado as casas populares de 15m² em Campinas. Além de não seguirem as orientações da ONU, essas moradias não oferecem condições adequadas para que as famílias possam viver com dignidade. Por outro lado, alguns defendem que o projeto pode ser uma solução temporária para o problema habitacional do município.
Existem outras soluções para a questão da habitação popular que poderiam ser adotadas em Campinas. Projetos como o Minha Casa Minha Vida e a construção de conjuntos habitacionais com unidades maiores e mais adequadas para famílias são exemplos de iniciativas que poderiam ser implementadas no município.
O planejamento urbano é fundamental para garantir o acesso à moradia digna para todos. É necessário que os gestores públicos levem em consideração as diretrizes da ONU e busquem soluções que atendam às necessidades das famílias de baixa renda. Além disso, é importante realizar estudos e análises para identificar as áreas mais carentes e desenvolver projetos habitacionais.
Direto da Redação
Henrique Amaral – TV HORTOLÂNDIA
Emissora Rede Brasil de Televisão
Imagem: Reprodução/Redes Sociais