EMS doa UM MILHÃO de reais para estudos sobre COVID-19

A gigante farmacêutica EMS será responsável pelo fornecimento de 20.640 comprimidos de hidroxicloroquina (normalmente usado para tratamento de lúpus, artrite reumatóide e malária) e 5.160 de azitromicina (antibiótico produzido na fábrica em Hortolândia, no interior de São Paulo), além de doar R$ 1 milhão para a realização dos estudos.

O Hospital Albert Einstein, o primeiro a tratar paciente com Covid-19 no Brasil, o plano de ação contra a pandemia tem ajudado outros centros de saúde pelo País, o primeiro paciente confirmado com a doença no Brasil recebeu tratamento, em fevereiro. “Começamos a nos preparar para a chegada da doença em dezembro, quando surgiram os primeiros casos na China, com grupos de trabalho de diversas áreas, que se reúnem frequentemente e, com base na proteção individual, organizamos rapidamente nosso fluxo, com ambiente em que houvesse leitos de isolamento e criamos diversas diretrizes.”

Os seis maiores hospitais privados da coalização também farão, de imediato, as análises em seus centros de pesquisas clínicas. Serão testados 1.354 pacientes de 77 hospitais (40 deles também possuem laboratórios de estudos clínicos) no Brasil.

O diretor médico-científico da EMS, Roberto Amazonas, afirma que a proposta de realizar estudos com os medicamentos veio antes de o presidente americano Donald Trump anunciar, no dia 19 de março, que o FDA – a Anvisa dos Estados Unidos – estava prestes a aprovar a utilização da hidroxicloroquina em pacientes graves com a Covid-19, após bons resultados em testes. “Fizemos todo o trabalho para implementação do projeto em tempo recorde. O prazo entre a formatação da pesquisa clínica e a aprovação por parte do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Conselho Nacional de Saúde e da Anvisa foi de apenas uma semana”, diz o executivo da EMS. “Os recursos que doaremos serão utilizados para enviar os medicamentos aos hospitais, já que é necessário que o transporte seja feito de forma correta e também para contratar seguro que possa resguardar os envolvidos, além de remunerar parte dos pesquisadores”, afirma Amazonas.

Outra ação do Albert Einstein, que compõe a tática de combate à pandemia dentro da Coalizão Covid Brasil, prevê o fortalecimento de iniciativas da porta para fora. Na quarta-feira 1º, a Prefeitura de São Paulo concluiu a montagem do hospital de campanha construído no gramado do Estádio do Pacaembu, que terá 200 leitos (192 de baixa complexidade e oito de semi-intensivo) e que será administrado pelo Instituto de Responsabilidade Social do Einstein. Para esse trabalho, o hospital irá contratar 509 profissionais de Saúde. “Serão, ao todo, cerca de 1,5 mil contratações temporárias pelo período de três meses, por conta dessas novas ações”, afirma Klajner.

Na quarta-feira 1, o hospital informou que, dos 15 mil colaboradores, 348 haviam sido diagnosticados com a Covid-19, dos quais 15 estavam internados. Desse total, 169 eram de técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos e 36 já haviam retornado ao trabalho. Hoje o hospital tem 637 leitos de atendimento. “No hospital municipal de M’Boi Mirim (Zona Leste de São Paulo), está sendo construída, pela iniciativa privada (Ambev e Gerdau) uma ala anexa que terá, até o fim de abril, 100 novos leitos, e tirar os casos de baixa complexidade de dentro do hospital”, afirma o dirigente do Albert Einstein.

Defendido por todos os dirigentes das redes hospitalares, o isolamento social tem sido, na avaliação dos profissionais, adotado de maneira eficaz, seguindo os protocolos das principais autoridades sanitárias, além de governos estaduais. Os profissionais também apontam um possível crescimento de notificações nos próximos dias por conta do aumento significativo dos testes realizados no Brasil.

Otimista com o resultado das pesquisas da coalização, Roberto Amazonas, da EMS, afirma que, por enquanto, não há comprovação científica que já garanta o uso da hidroxicloroquina como tratamento eficaz. “O uso dessa medicação só deve ser feito com acompanhamento médico, já que ainda não há dado que respalde o uso profilático. Houve, inicialmente, muita ansiedade a partir dos primeiros estudos, até por falta de conhecimento, mas é importante que o remédio só seja usado com a prescrição. E tenho certeza que a população já começa a entender isso”, afirma o diretor da EMS.

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