Foto: Caius Lucilius/HC Unicamp
A partir desta terça-feira (21) os 12 centros de pesquisa começam a receber os voluntários para os testes da vacina contra o coronavírus. Dentre eles está o Hospital de Clínicas da Unicamp, que deve receber cerca de 800 voluntários no estudo que busca demonstrar a segurança e eficácia do produto. O Instituto Butantan, coordenador do estudo, recebeu nesta segunda-feira (20) as doses de imunizantes e placebos que serão utilizados nos ensaios clínicos da vacina contra COVID-19, em parceria com a farmacêutica Sinovac Life Science.
A carga, proveniente da China, desembarcou durante a madrugada no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) e foi encaminhada à sede do Instituto Butantan para ser verificação e, então, distribuição aos 12 centros de pesquisa responsáveis pelo recrutamento, aplicação e acompanhamento dos voluntários.
O primeiro centro a receber as doses para início dos testes será o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), na capital paulista. Os demais onze centros receberão as doses de modo escalonado e os testes iniciam a partir desta terça-feira (21/7). O estudo tem como meta a inclusão de cerca de 9 mil voluntários nesses centros.
Além do Hospital de Clínicas da Unicamp, os testes também serão realizados pela Universidade Federal de Minas Gerais, a Universidade Federal do Paraná, o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas de Fiocruz, no Rio de Janeiro, a Universidade de Brasília (UnB) e o Hospital São Lucas da PUC do Rio Grande do Sul. Entre as unidades do Estado de São Paulo, estão o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, o Hospital Israelita Albert Einstein e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, na capital paulista, a Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Faculdade de Medicina de Rio Preto e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.
Os voluntários que poderão se candidatar ao estudo são profissionais da saúde que estejam trabalhando no atendimento a pacientes com COVID-19. Além disso, o candidato não pode ter sofrido infecção provocada pelo novo coronavírus, nem ter participado de outros estudos. As mulheres não podem estar grávidas ou estarem planejando uma gravidez nos próximos três meses. Outra restrição é não ter doenças instáveis ou que precisem de medicações que alterem a resposta imune.
Entre os recrutados, metade receberá duas doses do imunizante num intervalo de 14 dias e a outra metade receberá duas doses de placebo, uma substância com as mesmas características, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Essas pessoas serão monitoradas pelos centros de pesquisa por meio de exames entre aqueles que tiverem sintomas compatíveis à COVID-19. Assim, poderá ser verificado posteriormente se quem tomou a vacina ficou de fato protegido em comparação a quem tomou o placebo.
Para saber se está dentro dos critérios, o candidato pode acessar a plataforma de triagem criada pelo Butantan no portal https://www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus/vacina/?nocache
Nela, é possível responder a algumas perguntas e saber se tem o perfil necessário para participação dos testes. Após esta etapa, serão informados os centros de pesquisa que devem ser procurados para, enfim, iniciarem todos os processos necessários para confirmar a participação. Cada centro ficará responsável pelas informações coletadas dos voluntários, que serão sigilosas.
Fonte: Governo do Estado de São Paulo – por Ana Clara Falchi Bruno