Bolsonaro pagou R$ 109 mil em restaurante que oferece marmita a R$ 17

Entre os R$ 27,6 milhões gastos com cartões corporativos da Presidência da
República no governo Bolsonaro, chama a atenção um gasto de R$ 109.266,00
no modesto restaurante Sabor de Casa, localizado no centro de Boa Vista, em
Roraima, em um único dia, 26 de outubro de 2021.

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É a maior despesa única com alimentação registrada em um cartão da
Presidência durante mandato de Jair Bolsonaro (2019-2022).

A legislação determina que os dados da Presidência sejam tornados públicos
ao fim do mandato presidencial e eles foram divulgados no último dia 6. A
agência de dados especializada no acesso a informações públicas, Fiquem
Sabendo, noticiou hoje (12) a divulgação da lista pelo governo.

O Sabor de Casa é um restaurante que oferece marmita nas versões
econômica (R$ 17) e tradicional (R$ 23). O carro chefe da casa é o frango
assado com farofa e baião, que serve pelo menos três pessoas e custa R$ 50.

Com o valor pago pela Presidência da República no estabelecimento, teria
sido possível comprar 6,4 mil marmitas econômicas. Ou então 4,7 mil marmitas
tradicionais. Ou, ainda, 2,1 mil encomendas do frango assado com farofa e
baião.

A reportagem perguntou, então, como kits de lanche e almoço entregues no
dia de uma visita do presidente à cidade puderam custar R$ 109,2 mil.
“Não lembro exatamente a quantidade, mas foi um serviço que entregamos
direitinho e que seguiu o padrão de preços da cidade”, disse.
Kits e marmita

Rizzo pediu à reportagem que entrasse em contato novamente no meio da
manhã desta quinta-feira, para detalhar melhor os itens entregues na compra
feita com o cartão corporativo da Presidência, mas não respondeu mais aos
contatos do UOL.

No início da tarde, ela ligou informando que gostaria de detalhar o que
forneceu à equipe do presidente: 659 marmitas de almoço ao custo de R$ 30,
cada, e quase 3 mil kits de lanche com sanduíche, água, maça e barra de
cereal, ao custo de R$ 30, cada.

Segundo ela, o pedido também incluiu algumas garrafas de água, refrigerante
e barras de cereal.

“Tudo o que foi comprado foi discriminado na nota. Se você me perguntar se
havia 659 pessoas para comerem as marmitas ou 3 mil para comerem os kits,
eu não posso responder. Entreguei a encomenda às 5h da manhã no quartel e
fui trabalhar”, afirmou.

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