Ataques em escolas aumentaram no País, segundo estudo da Unicamp

A pesquisa “Ataques de violência extrema em escolas no Brasil”, realizada pelo Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), revela que desde 2002 foram registrados 22 ataques cometidos por estudantes e ex-estudantes em escolas brasileiras, que resultaram na morte de 35 pessoas, incluindo professores, alunos e os próprios autores. Dos ataques, nove ocorreram no segundo semestre de 2021. O estudo ainda está em andamento.

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A pesquisa considerou os ataques ocorridos em 23 escolas, sendo 12 estaduais, sete municipais (uma delas cívico-militar) e quatro particulares. Não foram considerados os ataques que foram impedidos, realizados por adultos e os não planejados, ocorridos no momento de uma briga.

A maioria dos autores praticou o ato de violência sozinho, apenas em três casos o ataque foi feito por duplas. O mais jovem tinha 10 anos e o mais velho, que já era ex-aluno, 25. Em mais da metade dos atentados (12), foi utilizada armas de fogo, sendo que metade dos atiradores tinha o revólver em casa, quatro compraram de terceiros e dois, a origem é desconhecida.

Segundo a pesquisa, a frequência deste tipo de crime cresceu no último ano, o que pode ser explicado pelo maior acesso à internet, às armas e aos discursos extremistas e de ódio, que levam jovens à radicalização. Além disso, muitos desses ataques são motivados por vingança ou raiva de ter sido castigado com uma suspensão, por exemplo, e bullying.

Os ataques são premeditados e planejados, mas nem sempre são motivados por notoriedade. Ainda assim, muitos adolescentes adeptos da subcultura extremista buscam fazer o maior número de vítimas e participam de fóruns on-line que incentivam a violência e misoginia, e muitos nutrem a ideia de tornar-se uma espécie de mártir entre os extremistas, mesmo que não morram.

Para a advogada Cleo Garcia, que é orientada pela professora Telma Vinha, coordenadora do Grupo “Ética, Diversidade e Democracia na Escola Pública” do IdEA e integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral (Gepem) Unesp/Unicamp, é importante que a sociedade, em especial os educadores e a família, trabalhem melhor as competências socioemocionais e o acolhimento para evitar que os casos continuem crescendo.

Direto da Redação

Henrique Amaral – TV HORTOLÂNDIA

Emissora Rede Brasil de Televisão
Imagem: Thomaz Marostegan/Unicamp

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