Brasília, 2 de setembro de 2025 – O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta terça-feira (2) ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, acusados de tentativa de golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022. O processo, que tramita sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, é considerado um dos mais significativos da história recente do país.
Acusações e contexto
Bolsonaro é acusado de liderar um esquema para manter-se no poder após a derrota eleitoral, articulando com aliados ações que incluíam a elaboração de um decreto golpista e a tentativa de assassinato do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-presidente por organização criminosa, golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Andamento do julgamento
O julgamento teve início com a leitura do relatório por Alexandre de Moraes, que detalhou as etapas do processo desde as investigações até a apresentação das alegações finais. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou a denúncia, qualificando o plano articulado pelos réus como um “panorama espantoso e tenebroso”, e enfatizou a necessidade de punição para dissuadir futuras tentativas de “aventuras golpistas”.
Na parte da tarde, as defesas dos réus terão uma hora cada para apresentar seus argumentos. O julgamento seguirá com sessões nos dias 3, 9, 10 e 12 de setembro, com possibilidade de extensão, dependendo do andamento dos trabalhos.
Possíveis consequências
Se condenado, Bolsonaro poderá enfrentar penas que somam até 43 anos de prisão. Além disso, uma eventual condenação pode estender seu período de inelegibilidade, que atualmente vai até 2030, conforme decisão anterior do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).