Polarização política faz aumentar as vendas de camisas da seleção azul na Copa

De quatro em quatro anos, em tempos de Copa do Mundo, as combinações de cores verde e amarelo invadem ruas, janelas de casas e prédios, e enfeitam os carros das cidades, demonstrando o fanatismo do brasileiro pelo futebol. Neste ano de 2022, após a mais acirrada disputa política entre direita e esquerda, tal polarização pode ser sentida também nas lojas e pelos ambulantes que vendem camisas e apetrechos com tema futebolístico.

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A perda de lugar da “favorita invicta”, as cores verde e amarela, que fazem menção à bandeira nacional, abriram o espaço para opções em azul, branca e até mesmo preta; que ainda as vendas eram tímidas, em vista a outras Copas passadas. 

A diferença pode ser notada ”a olho nu”, como por exemplo, em locais que reúnem centenas de torcedores em Campinas, como bares e restaurantes nos dias de jogo da seleção.

Ambulante há mais de 20 anos, Jayme Lima, que tem um ponto fixo em uma rotatória nas proximidades do Jardim Guanabara, afirma que nunca vivenciou uma copa tão “colorida”.

De acordo com ele, muitas pessoas preferiram “inovar” neste ano para evitar ser associado a apoiadores do atual governo de Bolsonaro (PL), que inclusive, após as eleições, contestam os resultados nas urnas que elegeu o candidato de posição, Luís Inácio Lula da Silva (PT).

“Esse ano comprei tudo verde e amarelo para vender aqui no meu ponto, mas quando vi que o povo estava pedindo muito outras cores, corri para São Paulo fiz uma nova compra. Muitos porque realmente queriam aquela outra cor, mas a maioria diziam que não queriam ser confundidos com bolsonaristas”, afirmou.

Apesar de não concordar com a fala de clientes, Jayme se preocupou em atender a nova demanda.

“Eu não acho certo esse pensamento, verde e amarelo são as cores do Brasil e estão confundindo as coisa. No entanto, meu foco é ganhar dinheiro, então certo ou errado, eu fiz minhas novas compras e atendi minha clientela”, finalizou.

O ambulante afirmou que outros colegas de profissão também precisaram “se virar nos trinta” para acompanhar a grande procura inesperada.  

ENTENDA 

O pedido de anulação do resultado das eleições 2022 pelo partido de Jair Bolsonaro (PL), atual presidente da República, que alegou “mau funcionamento” das urnas eletrônicas no segundo turno é um dos destaques do dia. Investidores também avaliam o futuro da Petrobras (PETR4) e da Oi (OIBR3).

O Partido Liberal apresentou nesta terça-feira (22) uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O pedido se baseia em um relatório produzido pelo Instituto Voto Legal à pedido do PL sobre o funcionamento das urnas eletrônicas e o processo de contabilização e apuração dos votos.

O documento estaria “apontando inconsistências graves e insanáveis acerca do funcionamento de uma parte das urnas eletrônicas utilizadas no pleito eleitoral de 2022, que precisam ser devidamente analisadas e solucionadas, com as consequências devidas, por essa Corte Superior Eleitoral”.

O problema teria ocorrido em 279.336 urnas, cerca de 59% dos equipamentos utilizados na eleição, e que, segundo levantamento também feito pela auditoria, teriam dado vitória à Lula com 53% dos votos. Já no restante das urnas, segundo o levantamento feito pelo partido de Bolsonaro, o atual presidente teria vencido com 51% dos votos.

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, determinou nesta terça-feira que a coligação de Bolsonaro apresente em 24 horas uma auditoria referente aos dois turnos da eleição, sob pena de indeferimento da ação apresentada mais cedo.

Fernanda Renatè, Da redação

 

 

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